Os chamados incumbents têm cada vez mais dificuldade para sustentar sua posição no mercado em relação aos attackers. Os ciclos produtivos são menores, há abundância de capital, obsolência tecnológica e redução de barreiras de entradas e custos, mas a grande maioria das empresas não entende de inovação.
Assim, as corporações adotam uma postura passiva diante do futuro incerto, que impõe novos desafios a todo instante. A maioria foca em ações simples e que geralmente são eficazes, como a redução de custos e o incentivo a estratégias com efeitos no curto prazo. Poucas estimulam o ambiente de startup voltado para o desenvolvimento visionário. É difícil largar o conservadorismo e a consistência para correr riscos, mas isso pode ser o que falta às organizações. Os empreendimentos dinâmicos são fundamentais na criação dos mercados, correspondendo melhor às necessidades dos consumidores. O cenário é de competitividade, com a chance de grandes ideias serem descartadas a qualquer instante.
Porém, ideias brilhantes, muitas vezes, exigem insistência e paixão até que os resultados sejam conquistados. Quem será o vencedor dessa era? O empreendedor inovador e que corre riscos ou aquele que vive em sua zona de conforto? Provavelmente, será necessário encontrar o equilíbrio entre os dois mundos: incumbents que conseguem incentivar o ambiente de startup e empreendedores que estabelecem consistência. As grandes empresas precisam criar ambientes menos avessos aos riscos, permitindo o erro, mas sem a penalização pelo fracasso de tentativas que são feitas às pressas, sem planejamento ou fôlego financeiro. Lembre-se: o preparo para diferentes cenários pode ser o diferencial no sucesso de um empreendimento
É praticamente impossível contemplar inovação e sustentabilidade, incumbents e attackers de uma outra para outra. Os lados não se opõem, mas são complementares na estratégia de negócio. Não podemos dispensar a intuição dos empresários, mas a gestão racional do empreendimento deve ser sempre analisada.
Por Eduardo Pires