O do empreendedor, parece-me, é manter-se vivo por meio de seu empreendimento. Aliás, o termo empreendedor, de certo modo, foi completamente banalizado nos últimos anos por conta de uma certa romantização da atividade econômica. A maioria dos empreendedores, na verdade, são trabalhadores precarizados que embarcaram no “propósito” vendido a preço alto por uma série de “coaches” da vida que povoam as redes sociais e se propõe a ensinar de tudo: cozinhar, dormir, acordar, ir ao banheiro...
O propósito, afinal, é aquilo do que estamos cheios, como no poema “Poesia” de Carlos Drummond de Andrade:
“Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.”
E você? Tem mesmo um propósito?
Eduardo Pires