Na semana passada, viralizou um vídeo em que 3 alunas de uma faculdade privada de Bauru ridicularizavam uma colega de sala que, segundo elas, já deveria estar aposentada. A colega hostilizada, na verdade, tem 44 anos.
Tivesse ela 54, 64 ou 74, a verdade é que o etarismo, assim como outros preconceitos que insistem em se alojar nas relações sociais modernas (assim como nas passadas), encontra sua razão última numa espécie de senso crítico míope: quem satiriza e esculhamba pessoas com mais idade que si próprio, parece não ter noção que o tempo é para todos, sem exceção.
A verdade é que como ocorre com qualquer tipo de preconceito ou discriminação, assim como a misoginia, transfobia, racismo, ou qualquer outro relacionado a credo, raça, sexo ou gênero, falta empatia onde sobra ódio e incompreensão sobre a condição do outro, especialmente quando esse outro não reflete a imagem daquele que o julga.
Nesse caso em especial, assim como em tantos outros, sequer a sororidade foi capaz de impedir que mulheres satirizassem uma mulher, o que o torna ainda o episódio mais torpe e lamentável, e escancara uma verdade insuperável: cada vez mais, nos tornamos seres humanos menores e piores.
Do episódio do etarismo cometido pelas novinhas de Bauru, fico com a espetacular Andréa Pachá que explicou, numa tuitada, que só ficam velhos aqueles que tiveram o privilégio de não morrerem jovens.
Vida longa e feliz a você, e um ótimo resto de semana.
Eduardo Pires